Skip to main content

Posts

Voluntary separation / Separação voluntária

In two previous posts I discussed how an elective migrant may sustain their separateness from the country where they're resident. Another separation is the one between the elective migrant and the country that they left.  I've heard versions of this separation from many migrants. Most were from the UK but also from the US, Germany, Holland. The description usually forms part of a narrative of progress: the country the migrant left is cold, deficient, failing, terminal; the country they are in now (Portugal) is an improvement, a step up, a warmer and more affirming place. Location as self-fulfilment.  ‘The rest of Europe can't take the UK seriously any more.’ ‘I don't miss it. I only go back to see friends. I wish they could all move here; I keep encouraging them.’ ‘I only go back now for funerals.’ ‘It was our home but we weren’t really at home. The good ‘ol boys and their politics. It’s so divided.’ ‘I realised that people in Germany are just unfriendly. In the street...

Leitores e ouvintes / Readers and listeners

Na semana passada fui a um evento da série Leitores de Augustina na Biblioteca Municipal Almeida Garrett . Foi presidido por Ines Fonseca Santo .  (The Portuguese text is first; scroll down for the English text. // O texto em português é o primeiro; desce para o texto em inglês.)  Leitores de Augustina Ela tinha combinado os seus dois convidados com dois romances de Augustina Bessa-Luis : as suas perguntas sobre Os Meninos de Ouro (1983) foram dirigidas a Pedro Mexia, e as suas perguntas sobre A Ronda da Noite   (2006) a Lidia Jorge .  É estranho ir a uma discussão literária conduzido numa língua que só se compreende com dificuldade. É como chegar à sala de concertos com os seus bilhetes e decidir passar toda a espectáculo no vestíbulo.  Apesar da minha incompreensão aprendi algumas coisas sobre os romances de Bessa-Luis. Com Pedro Mexia aprendi que ao longo de Os Meninos de Ouro o protagonista sofre de doenças, e isto é central no livro. Aprendi que o p...

Longevity and resilience

~  Warning: this post is 1,300 words which is longer than usual for this blog. Get comfortable before you start reading. Livraria Velhotes is a 15-minute walk from where I live: turn left at the top of our street, go past the ruined house with the goats in the garden, past the kindergarten, the football field, the jujitsu studio, the water reservoir and just before you reach the high school the bookstore is on your left.  One of the partners, Pedro Carvalho, told me about the history, spirit and practice of the bookstore. In this edited transcript of the interview, Pedro talks about financial survival, publication in Portugal and the relationship between a bookstore and its community.  Lawrence: How can an independent bookshop survive in this era of multinational publishers and online bookselling? Pedro: Over time the bookshops in Vila Nova de Gaia have been disappearing, and the same with secondhand bookshops.  Vila Nova de Gaia, as you may have noticed, is one of ...

Longevidade e resiliência

~  Aviso: este post é cerca de 1.300 palavras, mais do que o habitual para este blogue. Ponha-se à vontade antes de começar a ler. Livraria Velhotes fica apenas 15 minutos a pé de onde eu vivo: vire à esquerda no fim da minha rua, passe a casa em ruínas com as cabras no jardim, passe pelo jardim de infância, pelo campo de futebol, estúdio de jujitsu, Águas de Gaia e, pouco antes de chegar à grande escola secundária, a livraria fica à sua esquerda.  Um dos sócios da livraria, Pedro Carvalho, falou-me sobre a história, o espírito e a prática da livraria. Nesta transcrição editada da entrevista, Pedro fala da sobrevivência financeira, da publicação em Portugal e da relação entre uma livraria e a sua comunidade.  Lawrence : Como poder sobreviver uma livraria independente neste altura da empresas multinacionais e livrarias online? Pedro : Em Vila Nova de Gaia as livrarias de livros novos e de livros usados foram, com o decorrer do tempo, desaparecendo.  Vila Nova de...

Falsos conhecidos / False friends

/ / Por ordem de quantas vezes eu uso a palavra em português incorretamente porque estou a pensar em seu falso conhecido em inglês / / In order of how often I use the Portuguese word incorrectly because I'm thinking of its false friend in English: puxe - push turma - term sensível - sensible frigideira - fridge oficina - office pretender - pretend lanche - lunch colégio - college lavatório - lavatory

Conhecimento cultural / Cultural knowledge

Há dois anos que aprendo português, e actualmente posso manter uma conversa. A maior parte da informação básica passa, mas não as coisas mais finas. Se alguém faz uma piada, normalmente não a percebo. Se alguém começa a falar de um novo assunto, estou perdido. Outra área onde sou deixado para trás é no meu conhecimento cultural, especificamente as personalidades conhecidos que se espalham pelos as nossos ecrãs. No meu próprio país sei o que muitas destas figuras públicas são usadas para representar: Lenny Henry é diversão, coração, generosidade ou esperança; Shami Chakrabarti é determinação, aprendizagem, superioridade, o partido Labour; Beckham é elegância, masculinidade, Cool Britannia, ou engano.  É como as cartas de tarot, os significados oferecidos por cada um depende do que é colocado ao seu lado e da ordem em que aparecem do baralho de cartas. Quando se vêem estas figuras públicas durante muitos anos, parece fácil saber o que elas representam. Mas se vir uma figura pública p...

A Floresta da língua / The Forest of language

Há tantas palavras para aprender. Algumas centenas que agarrei cedo, mas para além destes há esta vasta floresta de palavras mais ou menos especializadas e mais ou menos úteis ... Estou a ler um livro (em português) para crianças. Cada frase tem pelo menos uma palavra que eu não sei. Algumas delas posso ignorar, mas quando encontro 'resmungar', paro o agradável movimento da historia e utilizo o dicionário. Dá a tradução 'to grumble'. Mas eu já conheço os verbos 'zangar-se' e 'ralhar'. Preciso de 'resmungar' também? Irei alguma vez usá-lo? O estranho é que, quase sempre que conscientemente aprendo uma nova palavra, pouco depois ela vem ao meu encontro nalgum outro contexto.  Um exemplo: a mulher que dá aulas de cerâmica à nossa criança mais velha tem um gato de um olho chamado Filly.  Perguntámos de onde vinha o nome. De 'Filarmónica'. Ele morava atrás do edifício de Filarmónica. É um abandonado . Esta palavra foi nova para mim. Depois com...