Skip to main content

Conhecimento cultural / Cultural knowledge

Há dois anos que aprendo português, e actualmente posso manter uma conversa. A maior parte da informação básica passa, mas não as coisas mais finas. Se alguém faz uma piada, normalmente não a percebo. Se alguém começa a falar de um novo assunto, estou perdido.

Outra área onde sou deixado para trás é no meu conhecimento cultural, especificamente as personalidades conhecidos que se espalham pelos as nossos ecrãs. No meu próprio país sei o que muitas destas figuras públicas são usadas para representar: Lenny Henry é diversão, coração, generosidade ou esperança; Shami Chakrabarti é determinação, aprendizagem, superioridade, o partido Labour; Beckham é elegância, masculinidade, Cool Britannia, ou engano. 

É como as cartas de tarot, os significados oferecidos por cada um depende do que é colocado ao seu lado e da ordem em que aparecem do baralho de cartas.

Quando se vêem estas figuras públicas durante muitos anos, parece fácil saber o que elas representam. Mas se vir uma figura pública pela primeira vez, por onde começa? 

Aqui em Portugal vi um anúncio de comida onde a personagem principal tinha um brilho juvenil e dentes brilhantes. Semanas mais tarde, descobri que era Vasco Palmeira, o apresentador do Porquinho Mealheiro. Com esse conhecimento pude ver que no anúncio ele simbolizava sorte, riqueza ou o povo comum. 

Por isso agora estou a aprender algumas das figuras públicas cá em Portugal. Cada vez que vejo uma figura pública em jornais ou em anúncios o na vida pública, tento recordá-la juntamente com o contexto.  

Eis o que tenho até agora (mais ou menos na ordem em que os encontrei):

Antonio Horta Osoria - ultra-rico - capa da revista Sabado que vi no átrio de uma estação de metro no Porto

Amalia - cantora icónica - no pacote de açúcar servido com o meu café em Tabua

Sérgio Conceição - treinador de futebol - os meus alunos adolescentes da escola de línguas na Maia falam sobre ele

Bordaloii - artista visual contemporâneo - RTP3 

Fatamata Binta -  cozinheira de Sierra Leone – vista no ecrã da estação de metro, Porto

Joao de Deus - poeta lírico e pedagogo - uma estação de metro em Gaia tem o nome dele

Rui Pinto - activista e alegado pirata informático - na televisivo num cafe em Vila Nova de Gaia

Almeida Garrett - escritor - uma escola em Gaia tem o nome dele

Rosa Mota - atleta - o pavilhão no Jardins do Palácio de Cristal tem o nome dela


After two years learning Portuguese I can hold a conversation. Most of the basic information toos and fros ok but not the subtleties. If someone makes a joke I rarely understand it. If they toss in a reference to something off-topic I assume it follows directly from what was just said and I get lost looking for the link.

Another area where I'm left behind is in my cultural knowledge, specifically the famous faces and distant lives that bob around our screens. Back home I know what many of these public figures are used to represent: Lenny Henry is fun, or heart, or generosity, or hope; Shami Chakrabarti is resolve, or learning, or superiority, or Labour. Beckham is elegance, or masculinity, or cool Britannia, or guile. 

It's like tarot of course, the meanings offered by each one depends on what they are placed beside and the order in which they appear from the pack.

When you've seen these public figures rolling round over many years it seems clear what they stand for. But if you see a public figure for the first time where do you start? 

Here in Portugal I saw a food advert where the main character had a youthful twinkle and glistening teeth. Weeks later I worked out it was Vasco Palmeira, the presenter of Porquinho Mealheiro. With that knowledge I could see that in the advert he symbolised luck or wealth or common pluck. 

So now I’m learning some of the public figures here in Portugal. Each time I encounter a public figure, by seeing their face in the media, or by reading their name, I try to record it along with the context.  

Here’s what I have so far (more or less in the order I encountered it):

Antonio Horta Osoria – ultra-rich – cover of Sabado magazine which I saw on the concourse of a metro station in Porto

Amalia – iconic singer – on the sugar packet served with my coffee in Tabua

Sérgio Conceição – football manager – my teenage students at the language school in Maia talk reverently about him

Bordalo II – contemporary visual artist – RTP3 

Fatamata Binta -  chef from Sierra Leone – seen on the big screen at a metro station in Porto

Joao de Deus - lyrical poet and teacher - a metro station in Gaia is named after him

Rui Pinto - activist e alleged hacker - on the telly in a cafe in Vila Nova de Gaia

Almeida Garrett - writer - a school in Gaiis named after him

Rosa Mota - athlete - the arena at the Jardins do Palácio de Cristal is named after her

Comments

Popular posts from this blog

Exclusive Living

EXCLUSIVE LIVING HOTEL. Is this a hotel that is both exclusive and alive? Or is it a hotel where one can live in an exclusive manner? Depending on the order in which they combine the three words, the reader will hear one meaning or the other. The intended meaning is, of course, the second one, in which the first two words are grouped together as a compound adjective. Question: What kind of hotel is it? Answer: One that enables exclusive living. Yet although we know it’s not intended, the other meaning lingers on, ghostly and tenacious: a living hotel, a dying city centre. The forces of life and death haunt tourism just as pervasively as the notions of authentic and false. The hotel in this image is in Porto, and Porto attracts tourists because it is vibrant. It is a dense city full of life: washing hanging from balconies, pedestrians, tiny cafés and greengrocers and bakeries in almost every street, odd-shaped doorways, steep alleys, views over crowded rooftops, students in traditional...

Isso não é uma profissão / That's not a profession

Estou à procura de emprego. Semana passada, tive um atendimento no IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional). Funcionário: Qual é a sua profissão? Eu: Minha formação era em literatura e tradução. Trabalhei com editor e leitor de provas. (Metade verdade e metade pensamento positivo) Queria retomar este tipo de trabalho. Funcionário: Muito bem. (Som do teclado do computador) Eu: Mas ... sei que este tipo de trabalho é raro cá no Porto. Funcionário: E se fosse outro emprego? Eu: Estou também à procura de trabalho em hotelaria e turismo. Funcionário: Isso não é uma profissão, é uma área de atividade. Eu: … Funcionário: Muito bem. Há uma oferta de emprego em Espinho: empregado de balcão . Desculpe, não é isso o nome oficial do cargo. Momento. (Pergunta ao colega) Assistente de atendimento ao cliente – é isso o nome! Quer candidatar-se? Mas, atenção, é irreversível. Eu: Irreversível? O que quer dizer? Funcionário: Se eu lhe dar esta ficha, tem de se candidatar ao emprego...

Pão de forma justa (texto português) / Bread bags (English text)

Os nossos vizinhos dizem que Monte Branco é demasiado caro e que se pode comprar bom pão na padaria em frente. Mesmo assim, vamos ao Monte Branco. Sinto-se bem dentra da padaria:  A empresa é eficiente cada funcionário está ocupado com as tarefas que lhe são atribuídas. Dá uma sensação de retidão, de superioridade mesmo. Um dos pormenores que dá a sensação de superiodade são os sacos de pão. A maioria das padarias tem uma ilustração genérica impressa nos sacos de papel, um feixe de trigo ou um pão estaladiço. A Monte Branco tem uma antologia literária. O meu pão de hoje está embrulhado em poemas de Daniel Faria, Al Berto e Sophia de Mello Breyner Andresen.  Andresen é uma figura incontornável da literatura portuguesa e os seus contos infantis são muito lidos nas escolas. O poema dela sobre o meu saco de pão é apela à construção de um mundo mais justo, e, depois de procurar as palavras que nao conheci, dá ao meu pequeno-almoço um brilho otimista. Os dois outros autores são...