Na quinta-feira à noite, nas aulas de português língua não materna (PLNM) fornecidas pelo nosso município, a professora lançou-nos no conjuntivo. Ô conjuntivo, tem nome como uma infeção ocular. Ô conjuntivo, você não existe no inglês, ou se calhar transforma-se no subjunctive.
A nossa professora faz bem o seu trabalho. Agora compreendemos que o presente de conjuntivo usa se depois de determinadas conjunções e locuções para expressar eventualidade no futuro. Aqui estão três exemplos:
E melhor que consultes um medico.
Vá de taxi para que não se atrase.
Mesmo que chova, vamos ao futebol.
Mas não existe uma estrutura definida para traduzi-los para o inglês. Em território desconhecido, e sem um mapa, é melhor seguir o caminho. Decorar as frases do manual escolar: trabalho árduo. Eventualmente, a som do conjuntivo vai tornar-se familiar.
Dois dias depois, a chuva para, o sol aparece e estamos em frente da casa a estender a roupa húmida. O nosso vizinho de cima pausa ao portão. Ele diz Aproveitam o sol.
Respiro fundo e respondo, devagar e deliberadamente: É possível que hoje ainda chova. Digo o a final com mais esforço para mostrar que não foi um erro de conjugação.
O vizinho responde Claro, é possível. Se acontece podem correr e trazer para dentro.
Na altura, achei esta conversa muito engraçada; esforcei-me por manter a cara séria. Estava a fazer todo aquele esforço para dizer algo leve e inconsequente. Enquanto eu dizia a minha frase memorizada, o nosso vizinho provavelmente ouviu algo normal, exatamente o que ele esperaria neste contexto. Reagiu da mesma forma.
Eu, por outro lado, estava a ouvir o meu próprio comentário interior. Não, não um comentário, mas um cântico de vitória Conjuntivo, conjuntivo! Consegui, consegui, consegui!

Comments
Post a Comment
Please share your thoughts about this post: