Skip to main content

Posts

Showing posts with the label aprender

Seja bem-vindo ao conjuntivo

Na quinta-feira à noite, nas aulas de português língua não materna (PLNM) fornecidas pelo nosso município, a professora lançou-nos no conjuntivo. Ô conjuntivo, tem nome como uma infeção ocular.  Ô conjuntivo, você não existe no inglês, ou se calhar transforma-se no subjunctive . A nossa professora faz bem o seu trabalho. Agora compreendemos que o presente de conjuntivo usa se depois de determinadas conjunções e locuções para expressar eventualidade no futuro. Aqui estão três exemplos:     E melhor que consultes um medico.    Vá de taxi para que não se atrase.    Mesmo que chova, vamos ao futebol. Mas não existe uma estrutura definida para traduzi-los para o inglês. Em território desconhecido, e sem um mapa, é melhor seguir o caminho. Decorar as frases do manual escolar: trabalho árduo. Eventualmente, a som do conjuntivo vai tornar-se familiar.  Dois dias depois, a chuva para, o sol aparece e estamos em frente da casa a estender a roupa h...

Promoções / Special Offer

Over eighteen months after learning this phoneme - /õj̃ʃ/ - and its corresponding grapheme -  ões - I still get a click of satisfaction when I see it, recognise it, decode it and hear the sound in my head. It has a tingle of the exotic for me: the nasalisation makes it un-English. And the tilde on the ‘o’ really crowns it. But -ões is also an everyday sight: it’s just the plural form for words, like leão and ação , whose singular form is -ão. Like fizzy pop poured over Mentos, my foreigner’s understanding washes over mundane forms, destabilising them. For me, the letters -ões flip between odd and ordinary. How long does this effect continue? At some point this group of three letters will cease to jump out at me; they will acquire a settled inevitability, and I’ll get my kicks somewhere else.  Mais de dezoito meses após aprender este fonema - /õj̃ʃ/ - e o grafema correspondente - ões - ainda recebo satisfação quando vejo-o, reconheço-o, e ouço o som na minha cabeça. Te...

Falsos conhecidos / False friends

/ / Por ordem de quantas vezes eu uso a palavra em português incorretamente porque estou a pensar em seu falso conhecido em inglês / / In order of how often I use the Portuguese word incorrectly because I'm thinking of its false friend in English: puxe - push turma - term sensível - sensible frigideira - fridge oficina - office pretender - pretend lanche - lunch colégio - college lavatório - lavatory

Conhecimento cultural / Cultural knowledge

Há dois anos que aprendo português, e actualmente posso manter uma conversa. A maior parte da informação básica passa, mas não as coisas mais finas. Se alguém faz uma piada, normalmente não a percebo. Se alguém começa a falar de um novo assunto, estou perdido. Outra área onde sou deixado para trás é no meu conhecimento cultural, especificamente as personalidades conhecidos que se espalham pelos as nossos ecrãs. No meu próprio país sei o que muitas destas figuras públicas são usadas para representar: Lenny Henry é diversão, coração, generosidade ou esperança; Shami Chakrabarti é determinação, aprendizagem, superioridade, o partido Labour; Beckham é elegância, masculinidade, Cool Britannia, ou engano.  É como as cartas de tarot, os significados oferecidos por cada um depende do que é colocado ao seu lado e da ordem em que aparecem do baralho de cartas. Quando se vêem estas figuras públicas durante muitos anos, parece fácil saber o que elas representam. Mas se vir uma figura pública p...

A Floresta da língua / The Forest of language

Há tantas palavras para aprender. Algumas centenas que agarrei cedo, mas para além destes há esta vasta floresta de palavras mais ou menos especializadas e mais ou menos úteis ... Estou a ler um livro (em português) para crianças. Cada frase tem pelo menos uma palavra que eu não sei. Algumas delas posso ignorar, mas quando encontro 'resmungar', paro o agradável movimento da historia e utilizo o dicionário. Dá a tradução 'to grumble'. Mas eu já conheço os verbos 'zangar-se' e 'ralhar'. Preciso de 'resmungar' também? Irei alguma vez usá-lo? O estranho é que, quase sempre que conscientemente aprendo uma nova palavra, pouco depois ela vem ao meu encontro nalgum outro contexto.  Um exemplo: a mulher que dá aulas de cerâmica à nossa criança mais velha tem um gato de um olho chamado Filly.  Perguntámos de onde vinha o nome. De 'Filarmónica'. Ele morava atrás do edifício de Filarmónica. É um abandonado . Esta palavra foi nova para mim. Depois com...

Que interessante! (English text)

While the children were at school learning Portuguese through sudden total immersion, we were learning in a piecemeal way: a mixture of tackling necessary tasks (paying the rent, talking to the neighbours, signing a mobile phone contract, joining the health centre) and studying from a textbook. This text is from April 2021:  As we work our way through our Português Língua Não Materna text book (Non-Mother Tongue Portuguese) a world-view begins to emerge. The illustrations are almost all of young or middle-aged adults, well-dressed with ecstatic smiles. They grip their mugs of coffee. They gesture to the pastries that decorate the tables of the university canteen. They always meet in the university canteen.  They talk about their trip to Japan, or their friend who’s just back from Mozambique. They live in Lisbon or in Cascais and play tennis and go to parties. They ask each other ‘Onde mora? Cascais? Que interessante!’  When a character from outside Portugal enters a dialo...

Treasurescissors sandoats bushwizard (English text)

As a new learner of Portuguese, I feel that certain words are inseparable: you say one and it takes you directly to the other. I can’t imagine how any native speaker can say tesoura (scissors) without an echo of tesouro (treasure) in their thoughts. The same with areia (sand) and aveia (oats). I can’t imagine any native speaker who, after glancing at a sign for areia para gatos (cat litter, or literally sand for cats) in the supermarket, is not led off into daydreams of cats with wooden spoons cooking flapjacks. These connections are partly an illusion, an effect of my own ignorance. I know so few words and so little about the structure of the language, that when I find a pattern or resemblance I grab it and won’t let go.  Buxo bruxo. Bebé bebe.  Poupe poupa.  I’m collecting these pairings. They suggest an order in the chaos of a language that I don’t understand, but it’s an order which is largely useless. Buxo is the ornamental hedge plant box, with the scientific ...

Tesouro-tesoura areia-aveia buxo-bruxo (texto português)

Sou um aluno novo desta língua. Sinto que certas palavras são inseparáveis: diz uma e isso leva diretamente para a outra. Não consigo imaginar como um nativo em português pode dizer tesoura sem um eco de tesouro em seus pensamentos. A mesma coisa com areia e aveia . Não consigo imaginar nenhum nativo que, ao olhar para uma placa de areia para gatos no supermercado, não se deixe levar pelos sonhos de gatos com espátulas cozinhando bolachas. Estas ligações são em parte uma ilusão, um efeito da minha própria ignorância. Sei tão poucas palavras e tão pouco sobre a estrutura da língua, que quando encontro um padrão ou semelhança, agarro-o e não o largo.  Buxo bruxo.  Bebé bebe.  Poupe poupa.   Estou a recolher estes pares. Eles sugerem uma ordem no caos de uma língua que não compreendo, mas é uma ordem que é em grande parte inútil. Buxo é um arbusto usado com sebe ou em topiaria; bruxo é um homem que faz bruxarias.  Bebé é uma criança com pouco meses de vida e...